Influência de fatores geogênicos e antrópicos na água superficial do rio Santo Antônio, afluente do rio Doce no Brasil

Abstract

O rio Santo Antônio é um dos principais afluentes da margem esquerda do rio Doce e se localiza na porção leste do estado de Minas Gerais. Este manancial é de inestimável importância para uma população ribeirinha numerosa e abriga 90% da ictiofauna remanescente do rio Doce. Por isso, demanda ações em prol do controle e da qualidade de suas águas superficiais. Esse artigo reúne um acervo de informações encontradas na literatura sobre a geologia local, tais como, dados químicos de rocha e dados geoquímico-ambientais. Além do mais, esse estudo realizou análises em amostras de água através da técnica ICP-OES. Assim, a presente pesquisa buscou entender a concentração de metais na bacia, bem como parâmetros físicos e químicos, tais como, Oxigênio Dissolvido, Temperatura da Água, Eh e pH, com o intuito de embasar uma discussão sobre sua origem e ocorrência nas drenagens, se natural ou antrópica. As amostras de água foram coletadas em 16 estações situadas em diferentes pontos da bacia, durante o seu período de estiagem, em setembro de 2019. Apenas um ponto de amostragem, localizado nas proximidades da zona urbana de Conceição do Mato Dentro, indicou uma baixa concentração de Oxigênio Dissolvido, 1,88 mg/L. Ademais, foi confirmada a presença natural dos elementos metálicos - Ca, Mg e Fe, sendo esses relacionados à litologia do entorno das drenagens que é composta por granitos, gnaisses, itabiritos, filitos ferruginosos, rochas básicas e metadiabásios. Embora a concentração média dos elementos Fe (= 0,53 mg/kg) e Mg (= 1,16 mg/kg) esteja acima dos limites máximos estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/2005, isto não significa dizer que há uma contaminação referente aos metais no local, mas que a regulamentação necessita de ajustes para classificar os mananciais brasileiros adequadamente.