SOLOS VERMELHOS MEDITERRANEOS DO ALENTEJO E FORMAÇÕES DE TERRA ROSSA DA ESTREMADURA PORTUGUESA - CORRELAÇÕES DE GENESE

Abstract

Amostras de Solos Vermelhos Mediterrâneos desenvolvidos sobre materiais não calcários colhidos a Sul do Rio Tejo, na região do Alto e Baixo Alentejo, e formações de Terra Rossa da Estremadura, região centro-oeste de Portugal, foram estudadas relativamente à dinâmica dos óxidos de ferro aí presentes e ainda da alteração e neoformação de silicatos, através de técnicas mineralógicas e químicas clássicas e da microscopia electrônica de varrimento e transmissão. Os óxidos de ferro ocorrem nas amostras sob duas formas: (i) concentrados em nódulos ou pisólitos magnéticos e não magnéticos, nos primeiros identificaram-se a magnemite e a hematite e nos últimos goethite e hematite; (ii) associados aos minerais argilosos sob a forma de photohematite e hematite de dimensões nanométricas e contribuindo para a formação de agregados estáveis em água. Dos silicatos presentes destacam-se a caulinite e o quartzo. Este apresenta figuras de dissolução intensa. Três das amostras de solos estudados apresentam características distintas dos outros (presença de esmectite), mas compatíveis com a evolução paleogeográfica da região onde se situam; condições de drenagem deficientes. As características comuns apresentadas por ambas as formações parecem indicar condições de génese muito semelhantes. Estas formações poderão ser encaradas como relíquias de condições bioclimáticas próximas das que existem actualmente nas regiões tropicais de características quentes e húmidas.